

A influência do profeta Isaías no Evangelho de João
O livro estabelece um diálogo riquíssimo de lições entre os dois autores bíblicos. Os capítulos um até o cinco tratam do pensamento joanino sobre Jesus Cristo, com ênfase em seu papel messiânico. Os capítulos oito ao onze tratam do pensamento de Isaías, com ênfase na figura do servo sofredor, aquele que veio para sofrer em favor das nações, o que equivale a expressão luz do mundo proposta por João. Os capítulos seis e sete são destacados aqui porque estabelecem um elo entre os dois pensadores, pois tratam da relação entre o evangelista João e o Antigo Testamento e da relação entre o profeta Isaías e o Novo Testamento, em especial entre o profeta e o evangelista. Em meu entendimento, esses capítulos são o pilar principal do esboço do livro, pois descrevem com clareza aquilo que habilita, tanto o evangelista como o profeta, a cumprir tal tarefa. Os últimos capítulos, onze ao treze, estabelecem a influência que o escrito do profeta causou no evangelista, neles há uma descrição de como o último interpretou o primeiro. Jesus é apresentado pelo evangelista como a luz do mundo (cap.11) e como o servo sofredor (cap.12). A conclusão no capítulo treze é de que o servo sofredor retratado por Isaías é a luz do mundo retratada por João. Assim José Lapa chega ao ápice de seu trabalho quando afirma que: “Dessa forma, fica evidente que o evangelista João, ao escrever o seu livro, inspirado por Deus, fez uso consciente do livro de Isaías para articular suas ideias, compor seus argumentos, a fim de atingir o propósito de proclamar que a verdadeira luz se refere ao Servo retratado no livro do profeta Isaías”.